A vida é cheia de fases. Há momentos de buscar a novidade, de evoluir e aprimorar, de buscar uma certa elegância e requinte e há momentos de resgatar o que é simples, descobrindo que a simplicidade é o último grau de sofisticação.
+244-121
muita paz
Confesso minha dificuldade em ver minha vida de forma estruturada como uma sequência de estágios, talvez como uma partida de vídeo-game. Talvez isto se dê pela falta de distanciamento, quando somos capazes de ver o ponto de partida, a chegada e o trajeto realizado, o que só ocorre quando chegamos ao final da partida e depois que passamos os momentos de emoção pela conclusão do jogo vencido.
Acredito que apenas após o jogo é que somos capazes de olhar para trás e achar a coerência entre os momentos. Quando olhamos em retrospecto, revisando as ações e as motivações, medindo as consequências, avaliando os resultados, as perdas e os ganhos, então escrevemos uma história coerente em nossas mentes que apresenta uma justificativa racional para tudo o que foi vivido.
Mas, durante a partida deste jogo chamado vida, muitas vezes esquecemos que ela teve um início, tem um objetivo e que todos os nossos esforços nos levam para um lugar. Almejamos chegar ao fim do jogo, mas não sabemos bem como. Perderemos pontos de energia, seremos atacados por monstros, teremos que repetir muitos movimentos, perceberemos erros nas nossas estratégias...
A compreensão sobre o fim do jogo se faz durante o jogo e não temos condições de avaliar a vantagem de chegar ao final. Talvez só saibamos que é divertido, instigante e estimulante jogar e persistir...
Vendo de dentro, por vezes tenho a impressão que a vida é repleta de momentos que se sobrepõe de forma articulada, mas não estruturada. Coisas acontecem sem que consigamos estabelecer vínculos de causa e efeito até que tenhamos repetido à exaustão a mesma ação...
Acho que acabamos crescendo por força da repetição e não por força da compreensão; talvez esta só surja depois da conquista.
Talvez a sofisticação seja acharmos a coerência depois do fim do jogo, mas também a simplicidade, que nos leva a sermos e vivermos mesmo sem compreendermos. A isto chamo de aceitação...
Mas nossos egos ainda preponderam buscando significado, sentido e controle, o que torna o jogo rico e fortalecedor, embora complexo e amedrontador.
Voto por mais partidas com espírito livre que busquem a simplicidade da aventura e da confiança...
Confesso minha dificuldade em ver minha vida de forma estruturada como uma sequência de estágios, talvez como uma partida de vídeo-game. Talvez isto se dê pela falta de distanciamento, quando somos capazes de ver o ponto de partida, a chegada e o trajeto realizado, o que só ocorre quando chegamos ao final da partida e depois que passamos os momentos de emoção pela conclusão do jogo vencido.