017/2024 - A segurança mora depois da curva

Inquietação
E se nosso cérebro estiver nos enganando sobre a interpretação do que sentimos? Nossos medos, pavores, pânicos e traumas podem ser ressignificados?
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Acordei Inspirado 017/2024 - A segurança mora depois da curva
017/2024 - A segurança mora depois da curva
dia do ano
17
A segurança mora depois da curva
mensagem

Se o que o apavora é a ausência de uma solução imediata, não permita render às vozes do desespero sem ouvir antes a voz de Deus.
+017-349
muita paz

reflexão

Fui capturado pelo apavoramento frente à impossibilidade de resolução imediata de alguma coisa!

Sentir pavor é ser capturado por intenso medo, que pode ser paralisante ou causador de pânico!

Como pensar a respeito sem nos apavorarmos? 

Medo é uma reação biológica, uma emoção, que ganha tintas vibrantes a partir da cultura, das crenças e dos valores de uma civilização em dado período histórico.

O medo é uma reação natural diante de uma ameaça à nossa integridade, que pode ser concreta ou abstrata, uma vez que nós, seres humanos, somos capazes de prever situações com potencial de concretização por simulações cerebrais que consideram a nossa história e a correlação de fatos.

Quase afogar-se em um dia quente de verão, por exemplo, pode criar uma fobia a dias de sol, à praia ou a água salgada, a depender das correlações que o sujeito realize no campo de seu inconsciente.

Penso que o medo surge pela constatação de nossa finitude e da necessidade de seguirmos vivos, evitando o fim, o que talvez crie uma certa urgência de controle das situações em que estamos inseridos.

Diante do medo de afogamento, talvez evitemos ir à praia em dias de verão, por exemplo.

Mas, quando percebemos nossa incapacidade de controlar o ambiente, talvez tendamos ao apavoramento, ao pânico e à paralisia.

Mais conhecimento e mais capacidade de interferir nos acontecimentos da vida parece ser um bom caminho para eliminarmos o medo e, consequentemente, vivermos sem riscos de apavoramentos, pânicos e paralisias. Mas, a longo prazo, pode causar ansiedades e neuroses que nos impedem de seguir pela vida com encantamento e suavidade.

A pesquisadora norte-americana Brené Brown nos fala que esta tentativa de controlar a vida em seus mínimos detalhes nos leva a criarmos armaduras que acabam funcionando como armadilhas que dificultam nossa vivência como seres humanos.

A solução? Segundo a pesquisadora, aceitar a vulnerabilidade e exercitar a gratidão pelo vivido. Em outras palavras, viver plenamente o que é possível, sem deixar de considerar que talvez possamos prolongar nossas vidas, desde que isto não signifique o uso ostensivo de armaduras como o acúmulo de conhecimentos.

Nesta recomendação da Dra. Brown percebo uma ponte de diálogo com a ideia de Deus. Aceitar, conforme a proposição de pensamento, "a voz de Deus", é abrir um espaço de não controle de nossa parte em que há uma realidade maior e mais plena que dá um sentido mais amplo para o que vivemos, vemos e sentimos. 

Penso que neste exercício de ampliação de sentidos somos capazes de encontrar mais tranquilidade porque transcendemos a imposição do existir material finito para acessarmos uma dimensão maior, onde existimos com um propósito, mesmo quando não é mais possível existir materialmente.

Se optamos por não acreditar em Deus, nos tempos de apavoramento frente a situações que exigem resposta imediata, que possamos treinar este olhar mais amplo que dá significado a nossas existências pelo legado que deixamos, pela memória do que foi vivido e pela possibilidade de estarmos simulando o risco a partir de dados incompletos. 

Embora nossos cérebros registrem a condição como sendo uma condição de risco, talvez possamos ressignificar este medo ao trazermos variáveis do campo da subjetividade, da fé, da honra, da gratidão e da esperança.

Assumir-se pequeno e incompleto talvez nos ajude nesta jornada de superação do medo.

reflexão

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