050/2024 - Mania de quê?

Inquietação
Como você vive as suas manias?
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Acordei Inspirado 050/2024 - Mania de quê?
050/2024 - Mania de quê?
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50
Mania de quê?
mensagem

Cheios de “mania de perfeição”, colecionamos fragilidades e distorcemos nossas possibilidades com autocrítica, remorso e culpa.
vamos nos amar , nos compreender, para sermos, também ,amados e compreendidos.
+050-316
muita paz

reflexão

Fiquei pensando sobre a palavra mania e lembrei de Freud.

"Freud reconheceu a tendência da melancolia em transformar-se em seu estado sintomático oposto, a mania. Os textos psicanalíticos não apresentam, sobre a mania, teorias tão elaboradas como para a melancolia. Comumente, as explicações analíticas da melancolia foram estendidas à mania, como uma antítese. A mania representaria um triunfo do eu sobre a perda do objeto, deixando libido livre para investir vorazmente em novos objetos."

"Do ponto de vista estrutural, a alternância entre melancolia e mania foi entendida como uma liberação do eu subsequente à cruel supressão do eu pelo supereu (FREUD, 1927/1975). A elação maníaca será comparada à festa, à alegria da transgressão, à liberdade libidinal; resultado da interrupção momentânea da ação censora do ideal do eu. Ela corresponderia ao triunfo da coincidência temporária do eu com o ideal do eu, interrompendo a repressão e o gasto psíquico que ela exigia, com liberação de energia, convertida em afetos (FREUD, 1921/1975)."

"Para Abraham, o maníaco estaria arrebatado por suas pulsões orais, entregue a uma embriaguez de liberdade e grandeza, decorrentes do enfraquecimento da repressão. Melanie Klein trouxe a noção de “defesa maníaca” como uma negação da realidade psíquica, sem distinguir a negação repressiva e a negação forclusiva (SOLER, 2010)."

"Lacan (1974/2003) definiu a excitação maníaca como “o retorno no real daquilo que foi rechaçado de linguagem”. Portanto, o mesmo triunfo da instância negativa da linguagem pode tomar a forma do abatimento mortífero da melancolia ou da excitação maníaca."

Conforme o texto Elaborações Psicanalíticas Sobre A Melancolia E A Mania de ADAUTO CLEMENTE
https://www.institutopsicanalise-mg.com.br/index.php/elaboracoes-psicanaliticas-sobre-a-melancolia-e-a-mania#:~:text=A%20mania%20representaria%20um%20triunfo,FREUD%2C%201927%2F1975).

A partir daí, eu me perguntaria o que perdemos para assumir uma mania de perfeição. A que supressões o supereu, "a voz da consciência", terá submetido o eu e o id no complexo da mente?

Composto pela consciência moral e pelo ideal do ego, o supereu desempenha papéis importantes em nossas vidas através das funções de "Consciência moral", "Auto-observação" e "Formação de ideais". É responsável por internalizar regras e normas sociais, atuando como mediador entre o id, a parte primitiva da mente, e o ego, a parte racional da mente.

Que fatores familiares, culturais e religiosos terão sido assimilados pelo supereu para dar origem à cruel supressão do ego que levou a respostas de liberdade através das manias?

Acredito que a mania de perfeição não seja fruto de fragilidades colecionadas, mas da cobrança exagerada exercida pelos modelos comportamentais que assimilamos, a negação do id e do ego. Neste cenário, talvez o supereu tenha imposto autocrítica, remorso e culpa de forma severa, a tal ponto que a resposta do ego e do id foi a constituição de manias.

O amor aplicado a nós mesmos, através da benevolência, da indulgência e do perdão, talvez seja um valioso medicamento para os excessos do supereu que constrangem o ego e o id; mas ainda será necessário revisitar e ressignificar os fatores familiares, culturais e religiosos que deram origem a exercício tão exagerado de mediação na relação entre o id e o ego.

Quando compreendemos este mecanismo, somos capazes de acolher melhor a nós mesmos, mas também ao outro em sua própria jornada identitária. Não tenho certeza se este acolhimento resultará em reciprocidade do outro em relação a nós, mas se nos sentimos livres, sem a coação de idealizações e utopias, talvez nos sintamos amados.

reflexão

Fiquei pensando sobre a palavra mania e lembrei de Freud.

"Freud reconheceu a tendência da melancolia em transformar-se em seu estado sintomático oposto, a mania. Os textos psicanalíticos não apresentam, sobre a mania, teorias tão elaboradas como para a melancolia. Comumente, as explicações analíticas da melancolia foram estendidas à mania, como uma antítese. A mania representaria um triunfo do eu sobre a perda do objeto, deixando libido livre para investir vorazmente em novos objetos."

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