076/2024 - Dois expressos por favor.

Inquietação
Estaremos investindo muito tempo na satisfação das expectativas do outro e deixando de olhar para nossas necessidades? Quanto tempo investimos nas construção de nossos sonhos?
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Acordei Inspirado 076/2024 - Dois expressos.
076/2024 - Dois expressos por favor.
dia do ano
76
Dois expressos por favor.
mensagem

🎼a casa é sua🎼
🎼_por que não chega agora?🎼
🎼a casa é sua🎼
🎼por que não chega logo?🎼
+076-290
muita paz

reflexão

Eu acredito que somos regidos pelo inconsciente, esta inteligência sistêmica e sábia que se expressa de diversas maneiras e sempre com muita sabedoria. Como não ouvir um sentimento ou uma memória que brota espontaneamente em meio a tantos pensamentos...

Espantei-me! Entre dezenas de textos escritos nos últimos anos, quando vi a citação proposta, recordei que já havia pensado por esta citação. Fui buscar a referência porque nossas mentes e corações são máquinas poderosas da alma que trabalham com precisão causando estranhamentos e constrangimentos importantes para o consciente.

Em setembro de 2023, sob o título "O que te pertence?", https://acordeiinspirado.com.br/pt-br/msg/2023-266, visitamos esta música do Arnaldo Antunes. 

Decidi usar a reflexão de 23/09/2023 como ponto de partida, dando continuidade à nossa conversa.

Será que vivemos uma espécie de patologia psíquica em que não nos sentimos senhores de nossas vidas, cuja medicação julgamos ser a presença do outro, atendendo-nos às necessidades e preenchendo nossos vazios sem que precisemos manter certo protagonismo?

Penso que este seja o tópico da reflexão 266/2023. 

Senti a mesma impressão quando li esta citação um pouco mais expandida que a anterior, mas as duas perguntas propostas me remeteram a um estado de urgência, talvez até mesmo de ansiedade...

Talvez seja por esta ansiedade que meu coração esteja vagando...

Uma urgência que talvez expresse a insatisfação sobre o que se vive hoje. Será que insistimos em ficar apenas com a visão do que nos falta, do que não temos, mas que gostaríamos de ter?

Ou, ainda mais intensamente, será que insistimos em olhar para o que não temos, mas que entendemos que precisamos ter?

Acredito que o desejo pelo que não temos seja móvel para o progresso, pulsão de vida que nos move em direção à transformação. Entretanto, este desejo talvez nos impeça de reconhecer o valor do que temos e, quando muito intenso, seja promotor de ansiedades e angústias que carecem de nossa atenção para podermos elaborar a vida de maneira mais feliz.

Talvez o outro não chegue logo, pois, assim como nós, tem uma vida de relações que expressa seus interesses e necessidades.

Como somos seres diversos, eu diria até mesmo singulares, seria impossível imaginar o casamento integral de interesses, desejos e necessidades que promovesse uma relação de casal autossustentada e capaz de nutrir os parceiros de tal maneira que não fossem necessárias relações externas a ele.

Talvez a nossa dificuldade de processar esta informação seja a causa de muitas relações intensas e causadoras de dores e desconfortos psíquicos na sociedade.

Podemos ir mais além da dinâmica dos casais! As relações de cuidado, incluindo as de maternidade e de paternidade, também poderiam se beneficiar desta maturidade de visão.

Somos interdependentes e precisamos manter diversas relações para vivermos de maneira saudável nos âmbitos da vida, seja o físico, o psíquico, o social ou o espiritual.

Muitas vezes, quais bebês indefesos que exigem a presença da mãe para se sentirem completos e sustentados, atribuímos ao outro das relações o papel de complementador de nosso ser. 

Reciprocamente, como as mães, talvez nos sintamos quebrados ou incompletos na ausência do outro que vemos como parte de nós e não como sujeito completo que se relaciona conosco.
   
Nosso desafio contemporâneo, conforme penso, talvez resida no aumento da liberdade, no fortalecimento do pensamento individualista, no reconhecimento das diversidades, no aumento das opções e modelos de vida, na redução do controle coletivo e na urgência para a obtenção de resultados.

Somos em maior número do que no passado, vivemos mais, sofremos menos restrições do ambiente e somos mais capazes de viver com liberdade, mas talvez não saibamos bem o que fazer com tal independência...

Carentes e sentindo a urgência do outro em tempo integral, nos suprindo, nutrindo e complementando, negamos a possibilidade de escrevermos nossas histórias por estados de solitude enquanto negamos ao outro o direito de fazê-lo.

Temerosos sobre o futuro misterioso, incerto e cada vez maior, nos apegamos às idealizações que criamos a partir do passado. Reclamamos pelo que não é mais e impomos cobranças reiteradas e potentes sobre o que nos falta, sobre quem falta.

Talvez não exista uma resolução definitiva e imediata para tais questões. Provavelmente não há, mas estarmos conscientes destes mecanismos pode nos ajudar a transformar ansiedades, angústias, medos e incertezas em bem-estar individual e coletivo.

Afirmar que a casa é minha, mas que possui lugar para o outro passar por ela ocasionalmente; reconhecer o sentimento que nutro pelo outro, anunciá-lo ao outro com leveza e me felicitar pelas possibilidades de aventura e de crescimento, tanto em estado de solicitude quanto em estado de solitude; me parece ser um caminho saudável, livre de ansiedades e repleto de bem-estar e de relações nutritivas e promotoras de progresso.

Hoje eu diria em resposta aos versos de cobrança de minha presença permanente e constante na vida do outro


🎼Qualquer dia podemos marcar um café na praça🎼
🎼Me fala de tuas agendas🎼
🎼Na tua ou na minha casa pode ser uma opção🎼
🎼Ainda carrego no coração nosso último expresso🎼
🎼Como foi bom🎼
 

reflexão

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