Senhor, enche de esperança o meu coração e de doçura os meu lábios.
Põe em meus olhos a luz que acaricia e purifica em minhas mãos o gesto que constrói e perdoa.
Dá-me coragem para a luta, piedade para os insultos e misericórdia para as ingratidões e injustiças.
Limpa minha alma de invejas e ambições mesquinhas, de ódio e de vingança o meu caminho.
que assim seja
+119-247
muita paz
Fiquei pensando sobre desesperança e amargura...
Em que momento teremos nos habituado a ver o mundo sob esta ótica polarizada em que, de princípio, habitamos lugares ruins e desanimadores.
Seria consequência de um lugar psíquico de menos valia? Como este lugar apareceu em nosso mapa?
Ou teria nascido como consequência da comparação entre o que vivemos e a parte que visualizamos das vivências do outro?
Parece que nos sentimos naturalmente maus, incapazes de perceber de maneira positiva a luz que está em nossos olhos e os gestos que nascem em nossas mãos...
Hoje penso que nossa cultura, as escolhas narrativas que fizemos, nos trouxeram a este lugar, o que dialogaria com a reflexão 118/2024...
Idealizamos a felicidade e a plenitude como um espaço em que não cabemos, como uma criação em que precisamos fazer por onde merecer o acesso. Fizemos questão de nos deixarmos de fora de nossas idealizações estéticas de felicidade...
Eu oraria pedindo para me sentir abençoado e plenamente integrado ao Amor Único, conhecedor de minhas habilidades e de meus potenciais.
Parece existir um sentimento generalizado de que somos criaturas destinadas à plenitude, mas não nos sentimos acolhidos pelo amor, pela justiça e pela misericórdia que nos conduzem com pleno respeito às nossas capacidades de escolha e de percepção.
Acredito que hoje, como sempre, vivemos os contextos e ambientes que conseguimos acessar, enquanto intuímos a existência de algo além, inacessível, que exige esforço. Mas talvez não nos sintamos capazes de realizar este esforço, será que é por isso que estamos sempre pedindo algo do além, vindo do divino? Favores divinos que penetrem o universo onde estamos e nos resgatem do contexto que não conseguimos fugir?
A chave resolutiva para toda a angústia que vivemos pode não ser a transcendência, mas a aceitação. Buscar viver bem, mesmo diante das adversidades, sem alterar a realidade, mas conformando-nos a ela e modificando nosso olhar.
Talvez a falta de esperança, as amarguras, a escuridão em nossos olhos, os gestos de destruição, o medo da luta, a indignação diante das ofensas, a expectativa frustrada de paz; sejam sinais de que ainda não compreendemos bem que fazemos parte deste quadro experiencial, quadro escrito com nossas contribuições.
Defendo a ideia de que ao redirecionarmos nossa atenção, mudaremos a nossa percepção de realidade e conseguiremos perceber que tudo está ligado aos valores que nutro no peito. É possível que já tenhamos em nossas mãos tudo o que precisamos para escrever uma história de felicidade.
Fiquei pensando sobre desesperança e amargura...
Em que momento teremos nos habituado a ver o mundo sob esta ótica polarizada em que, de princípio, habitamos lugares ruins e desanimadores.
Seria consequência de um lugar psíquico de menos valia? Como este lugar apareceu em nosso mapa?
Ou teria nascido como consequência da comparação entre o que vivemos e a parte que visualizamos das vivências do outro?