Aprender a dizer não para o que queremos já não é fácil, mas o grande desafio é aprendizado da vida é dizer não para o que queremos e não podemos.
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Fiquei pensando sobre este "não", dito com dificuldade...
Cabe a nós dizermos não? Ou cabe a nós aceitarmos o não da vida?
Gosto de pensar sob a ótica da transformação e do progresso, que se opõe naturalmente à perspectiva de conservação.
Como seres biológicos, queremos sobreviver e perpetuar nossa espécie. Quaisquer dispêndios energéticos que não estejam ligados à conservação e à perpetuação são vistos como desperdício de energia.
Sob esta ótica, se estamos fora de risco, nos sentindo seguros e em posição confortável, não há motivo para mudança. A negativa à inovação torna-se uma resposta padronizada que se manifesta como ações conservadoras, resistências à mudança, falta de crença no sucesso, percepção de inviabilidade do projeto proposto, etc.
Talvez a inovação surja apenas quando nos percebemos em risco, ou seja, quando sentimos a pressão da mudança diante da escassez e da possibilidade de morte.
Vemos, então, as crises. Crise hídrica, crise do meio ambiente, crise do aquecimento global...
Estes cenários surgiram lentamente no horizonte da humanidade, mas não foram percebidos como riscos à humanidade até que seus efeitos fossem óbvios. Atualmente ainda há quem não acredite que sejam riscos reais para a humanidade...
Como seres humanos, acredito que nossa função seja superar a biologia e questionar limites, reinventando a realidade conforme nossa engenhosidade.
Por isso, conformar-se com a negativa é que deve ser o desafio. Até que ponto confrontaremos os limites oferecidos pelos diversos "nãos" e aceitaremos o negativa da vida?
Será que realmente não podemos? Ou não queremos poder?
A avaliação dos limites percebidos está correta?
Talvez só o saibamos quando questionarmos a fronteira da impossibilidade, colhendo as consequências das escolhas e desenvolvendo conhecimentos a respeito.
Sinto que é dever do ser humano buscar a superação dos limites que são impostos sobre ele.
A luta do ser biológico pode ser a sobrevivência, mas, como seres conscientes de si, não estaríamos destinados a transcender a sobrevivência?
Temos ampliado a longevidade, domesticado a natureza e nos tornado cada vez mais conscientes das leis que regem o universo. Se tivéssemos, por outro lado, acatado com dificuldade as impossibilidades que a natureza nos impõe, não voaríamos em naves mais pesadas do que o ar, não teríamos satélites em órbita do planeta e ainda nos pensaríamos limitados como o centro do universo...
Aceitar, mesmo que temporariamente, uma restrição da vida significa deixar de inovar e crescer, suspender esforços e viver estados de conforto até que a próxima crise existencial aconteça.
Por esta ótica, eu diria que difícil mesmo é dizer "sim" e sustentar este "sim", mesmo quando tudo e todos sugerem o repouso e a falta de inovação.
Fiquei pensando sobre este "não", dito com dificuldade...
Cabe a nós dizermos não? Ou cabe a nós aceitarmos o não da vida?
Gosto de pensar sob a ótica da transformação e do progresso, que se opõe naturalmente à perspectiva de conservação.
Como seres biológicos, queremos sobreviver e perpetuar nossa espécie. Quaisquer dispêndios energéticos que não estejam ligados à conservação e à perpetuação são vistos como desperdício de energia.