Senhor Jesus, cuide de nossos medos e aumente nossa fé.
Faça isto para que creiamos ainda mais no amor, no teu poder e na tua salvação.
Que assim seja.
+189-177
muita paz
Minha parte mistério e curiosidade sempre é profundamente afetada quando alguém fala em salvação!
Hoje não foi diferente, embora os caminhos internos percorridos tenham levado minha criança interior para um lugar que não visito com frequência, o lugar da aceitação...
Se sentimos a necessidade de salvação, provavelmente não nos sentimos em paz com o ambiente em que nos encontramos. Talvez tenhamos chegado a esta conclusão pela comparação com outros ambientes, ideologias e utopias; talvez simplesmente estejamos insatisfeitos desde quando conseguimos nos lembrar...
Desejando algo que não temos, vidas que não vivemos e conhecimentos que não desenvolvemos, talvez estejamos declarando que não pertencemos ao ambiente que nos abriga, em que nos forjamos. Diante do sentimento de estarmos distantes daquilo que julgamos ser o ideal, é possível nos vejamos como pecadores ou criminosos sendo castigados e buscando arrependimento pelos nossos erros...
Lamentamos o que fizemos, que talvez nem nos lembremos; sofremos duplamente. Proibidos de acessar a concretização de nossas expectativas e nos sentindo não-pertencentes à realidade que nos abriga.
Clamamos pela salvação, pelo ato de um ator externo e poderoso que é capaz de subverter o quadro em que nos encontramos.
Mas, quando olho para o presente e reconheço em mim os ecos dos passados vividos reverberando, percebo que estruturas emocionais, maneirismos de pensamento, crenças, sonhos, desejos e traumas, que vivo hoje, se definiram por meio de vivências que ficaram guardados nas memórias e no coração.
Quero sentir que sou a consequência do que fui, acrescida da consciência das possibilidades do que poderei ser.
Tenho a impressão de que, ao negar ou lamentar o lugar em que estou, essencialmente nego e lamento quem sou e me afasto da possibilidade de realização futura, uma vez que desconecto o passado do presente.
Será que eu estaria manifestando o desejo de não ser quem sou quando desejo não pertencer ao presente que é consequência de quem fui? Como me responsabilizarei por quem serei?
Se repudiamos o presente vivido, repudiamos a nós mesmos e à nossa história. Perdemos a chance de construir um novo presente, diferente do que vivemos agora e a expectativa da salvação torna-se a possibilidade viável mais provável.
Em meu coração, a felicidade nasce junto à gratidão quando celebro as histórias que descrevem a sucessão de momentos presentes que vivi; entrevejo futuros possíveis e consigo fomentar a esperança e a confiança em minhas próprias capacidades de realização.
Considerando estas questões, fiquei pensando se, fora deste contexto de felicidade e gratidão, o medo não brotaria naturalmente, como expressão de convite à autopreservação diante da incerteza futura e da inexistência do passado. O presente perderia o sentido e nos sentiríamos desamparados, carentes de uma potência salvadora...
Lentamente a conversa deixa de ser sobre salvação e assume ares de aprendizagem, de maturidade e de desenvolvimento de atitudes transformadoras da realidade que consideram o passado.
O aumento da fé acontece quando assumimos a responsabilidade de sermos quem somos e abraçamos a oportunidade de mudarmos quem somos, mesmo sem a certeza de quem queremos ser!
Compreender que nenhum de nós está desassistido, que somos nós quem nos desassistimos pelos medos que construímos e pela gratidão que abafamos, passa ser o autêntico ato de fé, quando buscamos a potência criadora que jamais desasiste.
Minha parte mistério e curiosidade sempre é profundamente afetada quando alguém fala em salvação!
Hoje não foi diferente, embora os caminhos internos percorridos tenham levado minha criança interior para um lugar que não visito com frequência, o lugar da aceitação...
Se sentimos a necessidade de salvação, provavelmente não nos sentimos em paz com o ambiente em que nos encontramos. Talvez tenhamos chegado a esta conclusão pela comparação com outros ambientes, ideologias e utopias; talvez simplesmente estejamos insatisfeitos desde quando conseguimos nos lembrar...