🎼se passo o dia sem seu carinho🎼
🎼me sinto sufocar🎼
🎼pássaro mudo longe do ninho🎼
🎼sem força pra voar🎼
+230-136
muita paz
Grandes dependentes emocionais, nos ressentimos quando estamos privados de interações relacionais íntimas, não necessariamente de conotação sexual.
O toque, o abraço, o aperto de mãos e o afago, a palavra de estímulo, a troca de olhares, o riso de cumplicidade, as histórias de superação vividas e compartilhadas...
Precisemos de reconhecimento, de sentido de pertencimento e de camaradagem em nossas jornadas. Talvez isto nos distingua das máquinas autônomas que, embora não sejam totalmente independentes, são capazes de operar de forma objetiva e mecânica, sem a necessidade de expressões de estima e afeto.
Entretanto, me pergunto se toda a humanidade opera segundo esta necessidade intensa, ou se este pedaço da música Amor Escondido relata a realidade de uma cultura construída no tempo e circunscrita nas Américas Latinas.
Sim.
Américas Latinas porque há tanta diversidade cultural na América Latina que seria um crime falar no singular.
Frequentemente tenho a impressão de que parte desta dependência se deve a perspectivas culturais transmitidas de uma geração para outra, criando uma linha de perpetuação de uma maneira de ser e viver que exige relações íntimas e que refuta a frieza relacional objetiva.
Acredito que não há uma forma ideal para nos relacionarmos, mas estarmos atentos às nossas necessidades singulares, individuais e coletivas, pode ser um caminho importante para a construção de bem-estar e saúde em nossa sociedade.
Se nos sentimos sufocados, sem ar, talvez não estejamos dando a atenção necessária ao que é importante para nós. Se vemos pessoas em nossas relações apresentando sinais de sufocamento, talvez possamos estabelecer certa generosidade em nossas relações, percebendo que talvez possamos levar um pouco de oxigênio, embora nos sintamos supridos e saudáveis.
Avaliar a nós mesmos pelo discurso externo e avaliarmos o outro pelo nosso discurso interno, sem considerar que somos pessoas distintas, com culturas, gostos e necessidades diferentes; pode ser um caminho para estabelecer culturas pouco empáticas e adoentadas.
Diante dos sintomas de asfixia e desconforto, talvez precisemos de coragem para admitir que não nos enquadramos em determinadas culturas e que precisamos de algo além do que vem sendo ofertado. Entretanto, o maior desafio talvez não seja a falta de coragem, mas a falta de conhecimento amplo sobre nós mesmos.
Pode ser importante que, ao nos sentirmos asfixiados, procuremos pensar sobre o que nos falta e sobre a responsabilidade do outro em suprir nossas necessidades.
Sempre há uma chance de que estejamos buscando o ar que nos falta no lugar errado.
Grandes dependentes emocionais, nos ressentimos quando estamos privados de interações relacionais íntimas, não necessariamente de conotação sexual.
O toque, o abraço, o aperto de mãos e o afago, a palavra de estímulo, a troca de olhares, o riso de cumplicidade, as histórias de superação vividas e compartilhadas...