Já existe muita maldade no mundo.
Assim sendo, não pense mal, não fale mal e não faça mal.
Seja como uma rosa, exalando para todos, o doce aroma da bondade da alma.
Faça todos sentirem que você é um amigo, que está pronto a ajudar, não a atrapalhar.
+242-124
muita paz
Quando fiz uma especialização sobre educação, aprendi que todo o aprendizado e a ação humana estão ligados ao foco. A neurociência nos mostra como a atenção influencia como percebemos o mundo.
Fiquei pensando nisso ao ler a proposição de hoje.
Nós desequilibramos a natureza. Mas, se dermos alguns passos para fora do planeta, perceberemos que a Terra continua a mesma vista à distância. Toda a poluição e desarmonia que criamos não é capaz de abalar o sistema solar...
Falamos em risco de morte, doença, escassez e falta. Mas hoje somos capazes de acabar com a fome no mundo se quisermos; vencemos doenças mortais; dobramos a expectativa de vida em relação a nossos tataravós e seguimos com baixos índices de mortalidade infantil quando comparados a números de dois séculos passados.
Temos guerras acontecendo, mas temos regras para guerrear e tribunais para julgar o desrespeito a estas regras...
Inevitavelmente fiquei pensando na primeira frase que pode dar o tom para nossas subjetividades.
Temos muita maldade em relação a que referencial? Usando os mesmos referenciais, poderíamos perceber muita bondade também? Qual dos dois predominam? Bondades ou maldades?
Não sei se consigo me sustentar como uma rosa em meio a um pântano, considerando que a primeira seria originadora de bondades e o segundo a fonte das maldades. Talvez seja uma tarefa insustentável, embora a flor de lótus seja plena em regiões pantanosas. Alimentando-se do pântano, a flor de lótus produz beleza e perfume sem se sentir confrontada, mas integrada...
Talvez não precisemos de ações e olhares combativos de um herói missionário.
Acredito que só precisamos ajustar o foco para percebermos que a vida segue, alheia às polarizações que organizamos mentalmente com nossas capacidades de foco. Atrevo-me a algumas perguntas de interiorização e integração...
O que escolho ver?
Por que vejo o mal e não o bem?
Por que me incomodo com o mal que vejo?
Por que estou indiferente ao bem que vejo?
O que me atrai no sofrimento?
O que me incomoda no bem?
O que me atrai nos processos de dor e destruição?
O que me impede de investir em processos de cura e construção?
Penso que a meditação sobre estas perguntas pode nos ajudar a significarmos as nossas relações com a sociedade e com a natureza.
O sol que desgasta os viajantes no deserto é o mesmo sol que alegra as crianças na praia...
A rosa celebrada nos casamentos é também rosa de lamento nos cemitérios...
Talvez a vida queira nos dizer que há algo além de nossas capacidades de polarização entre bem e mal, mas somos capazes de apreender esta mensagem?
Hoje penso que existem ações humanas no mundo. Ações que constroem coisas, mas que, para tanto, se contrapõe a outras.
Se escolhemos estar no que é contraposto, tendemos ver maldade em relação a quem se contrapõe à nossa posição. Haverá, entretanto, maldade nesta posição de mudança imposta a nós? Será algo posto contra nós? Ou há apenas o desejo de mudança que é visto e interpretado livremente por quem observa de fora da ação?
Estar pronto para se relacionar com o outro como amigo, como alguém disposto a ajudar, talvez nos imponha algumas responsabilidades: diálogo e não monólogo, negociação e não imposição, escuta e não apenas fala, fala e não apenas escuta, ver mais bondades, inferir menos maldades.
Em poucas palavras: é provável que precisemos buscar visões integrativas ao invés de visões polarizadas e excludentes se quisermos cultivar amizades que promovam prosperidade.
Há belezas no pântano, só são diferentes das que estamos acostumados.
As rosas também possuem espinhos, mas dificilmente lembramos deles.
Há pessoas felizes nos desertos e pessoas tristes nas praias.
Se eliminarmos o sol, os cemitérios, os desertos, os pântanos e os espinhos das rosas; o mundo será um lugar diferente e talvez não consigamos celebrar casamentos, festejar na praia ou sentir perfumes de rosas...
O que seria do sistema solar sem a Terra?
O que seríamos sem nossas sombras? Acolher e compreender integralmente quem somos, incluindo nossas sombras, talvez seja mais prioritário neste momento do que sermos amigos que não atrapalham.
Sejamos amigos que dialogam...
Quando fiz uma especialização sobre educação, aprendi que todo o aprendizado e a ação humana estão ligados ao foco. A neurociência nos mostra como a atenção influencia como percebemos o mundo.
Fiquei pensando nisso ao ler a proposição de hoje.
Nós desequilibramos a natureza. Mas, se dermos alguns passos para fora do planeta, perceberemos que a Terra continua a mesma vista à distância. Toda a poluição e desarmonia que criamos não é capaz de abalar o sistema solar...