255/2024 - Quem sou eu?

Inquietação
Você já parou para pensar que seus medos, coragens e preferências descrevem quem você é?
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Acordei Inspirado 255/2024 - Quem sou eu?
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255
Quem sou eu?
mensagem

O avanço e a mudança vêm lentamente, porém , procure e se esforce para não notar tarde demais.
+255-111
muita paz

reflexão

Fiquei preso na urgência proposta pelo pensamento! Talvez estejamos falando de outro tipo de urgência...

Pelo expresso, em uma realidade onde a escassez é palavra de ordem, perder oportunidades poderia significar o comprometimento de nossas existências?

Assim, me pergunto. Quando seria o tarde demais?

Mas talvez exista espaço no mundo para vivermos a diversidade de modelos existenciais e até mesmo a obsolescência, momento em que perdemos suporte da sociedade para determinados hábitos.

Quero ilustrar este pensamento através do uso de tecnologias sonoras. A invenção dos fonógrafos determinou a possibilidade de captura e reprodução de sons de maneira analógica. Esta tecnologia evoluiu e foi substituída pelos discos de vinil, fitas cassete, tocadores digitais...

Um fonógrafo hoje é peça de museu que conta um pedaço de nossa história e, provavelmente, ninguém mais o usa para funções sonoras. Acredito que seu uso como equipamento de som possa ser considerado extinto e as pessoas que o usaram como falecidas, mas os usuários desta tecnologia talvez tenham feito uso dela mesmo quando já existiam discos de vinil.

Em meio à revolução digital, quando usamos aplicativos de streaming conectados à internet para ouvirmos nossas músicas, ainda somos capazes de encontrar fitas k7 e tocadores para elas nos mercados de produtos usados. Ainda há quem se proponha a fazer o trabalho de conversão de formato de mídia para o mundo digital e ainda há quem use tais fitas para gravar sons. A obsolescência atingiu esta tecnologia e cada vez menos pessoas a usam. Quando seria tarde demais para os usuários de fita k7 migrarem para os formatos digitais com armazenamento na nuvem?

Penso que viver em meio à inovação ou em meio à obsolescência exige grandes esforços adaptativos, reduz as possibilidades de diálogo em sociedade, envolve riscos desconhecidos e certo abertura para ser esquecido por parte da sociedade. Entretanto, é possível nos restringirmos nestas áreas da expressão humana e fugir da distribuição normal, que abraça a maioria.

Podemos existir criando mudanças, adotando-as de maneira ansiosa e apressada, acompanhando a maioria da população, assimilando as mudanças de maneira tardia e até mesmo nos negando à adoção. Cada contexto trará desafios e soluções relacionais, exigirá volumes de dispêndio energético e possibilitará a expressão de valores humanos que habitam em nossos corações. 

Eu diria que as mudanças são a consequência natural deste diálogo entre o que produzimos e os problemas não resolvidos que nos incomodam. Surgem enquanto ideação, são ensaiadas em uma fase de inovação, são exauridas pelo uso massivo e esquecidas quando soluções mais eficientes e/ou integrativas aparecem. 

Parece existir um ciclo natural em que o novo surge inspirado no atual, carregando a história do antigo, e se propondo a resolver situações de maneira mais prática, econômica e segura. A soma das mudanças ganha volume no tempo e decreta a extinção das opções muito antigas, que passam a compor uma história e a existir enquanto memória do que foi possível algum dia. 

Talvez a ideia do "tarde demais" se relacione com o volume de energia que teremos que despender, caso decidamos adotar soluções diferentes daquelas que temos utilizado.

Eu me atreveria a perguntar: 

O que me significa? Atravessar a vida junto a um conjunto de soluções ou migrar entre soluções à medida que novas soluções surgem?

A minha natureza essencial e existencial é conservadora ou progressista? Talvez estejamos pensando em um movimento de autoconhecimento, de construção de nós mesmos através da ação consciente e crítica sobre a vida e seus fluxos existenciais.

reflexão

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