não se pode arrancar um amor do coração como se arranca um dente.
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muita paz
Mesmo um dente arrancado cobra seu preço!
Sendo parte integrante de um sistema complexo, quando é excluído, o dente deixa vazios talvez irreparáveis. O corpo, diante de sua ausência, se vê obrigado a se adaptar. A mordia, a forma de articular fonemas, os cuidados de higiene e a capacidade de mastigação talvez sejam os exemplos mais óbvios do que eu digo.
Há também questões estéticas que se desdobram em questões de pertencimento e autoestima. Ou seja, um evento simples se desdobra em uma cadeia de eventos!
Mas o dente é parte integrante do corpo, assim como nossa capacidade de amar que, eventualmente, é dirigida para uma pessoa ou objeto.
Arrancar um amor talvez signifique redirecionar nossa capacidade amorosa, admitir que nossas escolhas iniciais foram equivocadas, ou que não nos atendem mais, e que as construções de afeto e desejo terão que ganhar novo endereço.
Diante da ausência da pessoa ou do objeto amado, somos convidados a olhar para as bases estruturais de quem somos, para quem nos tornamos; para a forma como nos relacionamos conosco e com o mundo.
O amor dirigido e vivido criou estruturas psíquicas, moldou hábitos, estabeleceu rotinas e educou desejos, permitindo sonhos. Agora, impossibilitados de seguir como estávamos seguindo, este amor define frustrações, saudades, raivas, tristezas e vazios. Crescemos com ele em alguma direção e precisaremos fazer ajustes.
Como no caso do dente ausente, impossibilitados de fruir o amor pelas vias usuais, somos convidados a diversas adaptações por uma grande e complexa cadeia de eventos!
A isto aprendi chamar de vida.
Um esforço adaptativo constante de resposta à impermanência da vida.
Mesmo um dente arrancado cobra seu preço!
Sendo parte integrante de um sistema complexo, quando é excluído, o dente deixa vazios talvez irreparáveis. O corpo, diante de sua ausência, se vê obrigado a se adaptar. A mordia, a forma de articular fonemas, os cuidados de higiene e a capacidade de mastigação talvez sejam os exemplos mais óbvios do que eu digo.
Há também questões estéticas que se desdobram em questões de pertencimento e autoestima. Ou seja, um evento simples se desdobra em uma cadeia de eventos!