270/2023 - Ciclos de execução na vida

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270/2023 - Ciclos de execução na vida
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270
Ciclos de execução na vida
mensagem

Há ocasião para semear, empreender, e momento outro para colher, ter resposta.
+270-095
muita paz

reflexão

Fiquei pensando nesta linearidade entre semear e colher.

Sem dúvida não posso colher abacates em um local onde não houve plantio de abacate. Parece algo óbvio, mas que precisa ser dito e repetido para podermos nos questionarmos sobre quais são os passos necessários para atingirmos determinados resultados desejados.

Percebo que há certa dificuldade em realizar este tipo de associação, o que nos leva a surpresas desagradáveis na época da colheita, quando nos surpreendemos com os resultados obtidos e, ao revisitar os procedimentos de plantio, descobrimos aspectos de nossas decisões que não estavam claros para nós, mas que precisavam de atenção. Talvez esta seja a maior causa de surpresas, embora existam outras.

Construímos uma visão idealizada de futuro, acessamos nossos conhecimentos e os da comunidade para validarmos a viabilidade da idealização e realizamos uma espécie de engenharia reversa tentando planejar os passos necessários para chegar ao resultado esperado.

Lembrei de Thomas Malthus, Economista inglês que elaborou uma teoria que afirmava que a população iria crescer tanto que seria impossível produzir alimentos suficientes para alimentar o grande número de pessoas no planeta.

A projeção de colheita desastrosa no futuro devido ao desequilíbrio entre o crescimento populacional e a produtividade de alimentos nos levou a ajustes de curso para produzirmos mais em menos tempo no mesmo espaço. A agricultura se desenvolveu em poucos anos, negando o desastre previsto e, atualmente, se pessoas ainda morrem de forme, não é pela incapacidade de produzir alimentos. 

Entretanto, nem sempre os conhecimentos disponíveis facultam boas análises de viabilidade ou bons planos de ação para atingir a idealização. Arrisco dizer, após anos trabalhando com projetos, que não há projeto que se mantenha fiel ao planejamento inicial.

Além das dificuldades de análise de viabilidade e de definição de procedimentos necessários, ainda contamos com fatores imprevistos que podem afetar diretamente os resultados obtidos. Desta forma, mesmo tendo plantado abacates, pode ser que não sejamos capazes de colher abacates.

Em alguns casos a mitigação de riscos pode ser mais danosa à execução do que os próprios riscos, mas ainda será uma decisão importante seguir com a idealização ou abandoná-la como inexequível no momento. Plantações parcialmente realizadas não oferecerão os frutos desejados, mas poderão render outros frutos indiretos.

Talvez possamos ter resultados importantes para a vida mesmo quando não atingimos nosso intento.

O plantio do abacate pode demandar o desenvolvimento de conhecimentos, técnicas e ferramentas que sejam aplicáveis em outras plantações de abacate, e talvez até mesmo em outros contextos da vida.

Aprender sobre a química do solo e a equilibração de nutrientes de forma favorável ao plantio pode nos levar a conhecimentos sobre ecologia e ciclos naturais que sejam úteis em ações de preservação de florestas, por exemplo.

Neste sentido, talvez possamos colher coisas diferentes daquelas que semeamos intencionalmente. Colheitas não planejadas, nascidas de cultivos indiretos e, às vezes não-intencionais,  podem nos surpreender.

A descoberta da penicilina por Fleming talvez seja um excelente exemplo de colher onde não se plantou. O pesquisador buscava conhecimentos sobre as bactérias e, acidentalmente, descobriu um fungo que era capaz de combater as bactérias. A relação descoberta entre bactérias e fungos não era a colheita esperada, mas poderia ser usada para produzir medicamentos eficazes contra doenças causadas por bactérias.

Embora vejamos claramente a necessidade de semear para colher, o que naturalmente ocorre em momentos distintos, talvez já tenhamos feito semeaduras que podem nos levar a colheitas importantes. Neste caso, a semeadura deu-se de forma não intencional e exige de nós certas capacidades criativas e de observação para nos surpreendermos com boas colheitas não previstas.

Outro ponto que me ocorreu é que podemos, simultaneamente, plantar terrenos que darão frutos na próxima estação enquanto colhemos frutos semeados na estação anterior. Neste caso, plantaríamos e colheríamos simultaneamente, embora em terrenos distintos.

Penso nestes aspectos porque, em uma sociedade acelerada e fluida em que as coisas acontecem em contextos de fragilidade, de ansiedade, de não linearidade e de incompreensibilidade, torna-se cada vez mais importante buscarmos resoluções criativas, ágeis e talvez não replicáveis, que nos ofereçam produtos viáveis em espaços curtos de tempo.

Precisamos nos questionar sobre o que pretendemos colher, mas também questionar qual é a mínima colheita que nos satisfaz e quanto tempo estamos dispostos a investir em melhorias contínuas para atingir a colheita ideal.

Se antes projetávamos um carro inteiro, hoje projetamos as rodas que substituirão as rodas usadas em algum carro. Nos preparamos para lançar um novo carro que é, na realidade, a soma das melhorias realizadas em um modelo anterior.

Quanto esforço podemos realizar em determinado tempo passa a ser uma medida importante para determinar as características da colheita a ser atingida, mas também para nortear os ciclos de plantio e colheita seguintes.

Parece que buscamos cada vez menos o ideal e cada vez mais próximo estágio de execução que nos aproxima do que idealizamos.

reflexão

Fiquei pensando nesta linearidade entre semear e colher.

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