280/2022

280/2022
dia do ano
280
Educar ou punir?
mensagem

Nunca julguemos os outros e muito menos condenemos, porque, se eles têm um cisco no olho , provavelmente nós tenhamos uma trave.
+280-085
muita paz
 

reflexão

Se o julgamento e a condenação são caminhos que pensamos como viáveis para a resolução do problema e para a melhoria ética do sujeito em suas abordagens relacionais na sociedade; me pergunto se não deveríamos também acolher o julgamento e a condenação de nossos erros como caminho viável para o nosso aprimoramento e melhor integração à sociedade.

Será que o problema reside em evitar os julgamentos e condenações de nossas falhas?

Penso que este não deveria ser nosso foco, embora seja. 

Se há falhas comportamentais que geram prejuízos; nós não deveríamos encarar de frente tais problemas e buscar as soluções?

Por que tememos as condenações? 

Talvez todos nós estejamos sentenciados a vivenciar circunstâncias que nos tornarão eticamente mais responsáveis e mais felizes; mais integrados ao universo, mais capazes de viver no amor pleno que dirige o universo.

Resta-nos pensar sobre a forma como estas sentenças são delineadas e executadas. Talvez sejam duras e pouco eficientes. Talvez causem medo e aversão.

Acredito que existam dois aspectos que precisam ser elaborados em nosso coração quando falamos em julgamento e condenação.

Primeiramente; quais são os sentimentos que imperam no coração da vítima, das autoridades e dos demais cidadãos que observam a ocorrência e seus desdobramentos? 

Estaremos mapeando apenas o erro, buscando a reparação para o dano e o aperfeiçoamento do infrator e da sociedade?

Talvez a reparação exigida esteja conectada à vingança e suprima a possibilidade de aperfeiçoamento. 

Talvez nem estejamos julgando o ato de forma isenta. Será que nossa foco não está no símbolo que ele indica em uma cultura com história de muita dor, exclusão, preconceito e medo?

Talvez estejamos sendo tiranos que desejam coibir atos futuros usando um evento atual como exemplificação para fazer imperar o medo e submeter o outro à nossa visão de mundo.

Talvez não estejamos atentos para o fato de que um ato que gera dano nasce não apenas pelas mãos do infrator, mas também das contradições, fraquezas e imperfeições de uma sociedade que ainda não consegue se perceber e interagir de maneira humana, fraterna, solidária e amorosa rumo ao estabelecimento de um contexto de respeito às diferenças de amor e de progresso.

Talvez estejamos buscando um bode expiatório para as falhas coletivas promovendo assim uma válvula de escape para nossas próprias tensões, medos, culpas e frustrações.

Queremos uma sociedade melhor ou uma sociedade imutável que perpetue seu status de indiferença moral? Precisamos levar isso em conta quando olhamos para a falha do outro.

Será que acredito no potencial do outro que, embora seja diferente do meu, pode contribuir para a construção de uma bela e pacífica sociedade?

Isto nos leva ao segundo aspecto que deve ser elaborado em nosso coração.

O que é prioritário no processo de diálogo coletivo sobre o erro? Queremos sentenças que gerem questionamentos, diálogos e revisões que capacitem e possibilitem a transformação da sociedade com incrementos contínuos de paz e de bem-estar?

Ou apenas desejamos calar os ofensores do sistema que apresentam falhas no status social atual que, por natureza é imperfeito? Talvez estejamos lutando para manter as coisas como estão e estejamos usando a culpa e o medo para fazer um ponto-de-vista prevalecer.

Talvez queiramos efetivamente fazer um ponto de vista prevalecer sobre outros e eliminar as possibilidades de manifestação, de diálogo, de mapeamento de falhas e de transformações.

Enquanto nós seguirmos apostando no julgamento e na condenação como ferramentas que constrangem a sociedade e eliminam o erro permitindo a concretização de vinganças e estabelecendo marcos de respeito imposto; temeremos a possibilidade de que nossos erros se tornem públicos.

Seguiremos queimando lâmpadas, fazendo poeira e gerando ruídos para não sermos descobertos e não seremos capazes de trabalhar o desenvolvimento de nossas próprias capacidades humanas.

Acredito que o julgamento dos atos, o acolhimento das vítimas e dos agressores, a instrução da sociedade, a construção de condenações produtoras de prosperidade e o diálogo constante para a busca das melhorias contínuas e da integração de todos deveriam ser ações perseguidas intensamente por todos nós.

Assim nos sentiremos seguros para admitir as traves que temos em nossos olhos, para pedir apoio e para nos responsabilizarmos pelas ações necessárias de desobstrução.
 

reflexão

Se o julgamento e a condenação são caminhos que pensamos como viáveis para a resolução do problema e para a melhoria ética do sujeito em suas abordagens relacionais na sociedade; me pergunto se não deveríamos também acolher o julgamento e a condenação de nossos erros como caminho viável para o nosso aprimoramento e melhor integração à sociedade.

Será que o problema reside em evitar os julgamentos e condenações de nossas falhas?

Penso que este não deveria ser nosso foco, embora seja. 

Mais Reflexões

Como podemos transformar o medo e a resistência em coragem e ação para realizar nossos sonhos?
Você já se olhou no espelho com atenção? Talvez ao fazer isso percebamos que a luz não é adequada, que o cenário é feio e que o espelho não está adequadamente colocado na parede...
Você já percebeu que os contextos variáveis e instáveis da vida podem ser decisivos na definição de seu propósito de vida?
Talvez o que nos diferencie das máquinas não seja a precisão, mas a capacidade de sonhar. O que você acha?
Você já deixou de fazer algo importante porque achou que não estava suficientemente preparado? Acho que o medo do erro nos faz matar o presente. Vamos pensar sobre isso?
Para você, a fé está conectada a problemas e dores? Talvez possa ser mais do que isso...
Quanto conhecimento precisamos para ler o mundo? Será que aceitar a diversidade tem relação com o aumento de conhecimento? Ou estará ligado à aceitação de que há mais coisas no mundo do que aquelas que podemos compreender?
Você já percebeu que os ambientes que você frequenta influenciam na sua essência?
Muitas vezes enaltecemos a coragem do outro em meio às adversidades e declaramos sofremos com nossa covardia. Mas e se ninguém precisasse ser corajoso?
Estamos constantemente sob a tensão moderna da urgência! Nos pensamos através da finitude e abraçamos a escassez de vida como argumento existencial essencial. Será que podemos sentir a humanidade de outra maneira?