296/2024 - Extrações

Inquietação
Você já percebeu como é difícil extrair algo que faz parte de nossa vida?
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não se pode arrancar um amor do coração como se arranca um dente.
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muita paz

reflexão

Mesmo um dente arrancado cobra seu preço! 

Sendo parte integrante de um sistema complexo, quando é excluído, o dente deixa vazios talvez irreparáveis. O corpo, diante de sua ausência, se vê obrigado a se adaptar. A mordia, a forma de articular fonemas, os cuidados de higiene e a capacidade de mastigação talvez sejam os exemplos mais óbvios do que eu digo.

Há também questões estéticas que se desdobram em questões de pertencimento e autoestima. Ou seja, um evento simples se desdobra em uma cadeia de eventos!

Mas o dente é parte integrante do corpo, assim como nossa capacidade de amar que, eventualmente, é dirigida para uma pessoa ou objeto. 

Arrancar um amor talvez signifique redirecionar nossa capacidade amorosa, admitir que nossas escolhas iniciais foram equivocadas, ou que não nos atendem mais, e que as construções de afeto e desejo terão que ganhar novo endereço.

Diante da ausência da pessoa ou do objeto amado, somos convidados a olhar para as bases estruturais de quem somos, para quem nos tornamos; para a forma como nos relacionamos conosco e com o mundo.

O amor dirigido e vivido criou estruturas psíquicas, moldou hábitos, estabeleceu rotinas e educou desejos, permitindo sonhos. Agora, impossibilitados de seguir como estávamos seguindo, este amor define frustrações, saudades, raivas, tristezas e vazios. Crescemos com ele em alguma direção e precisaremos fazer ajustes. 

Como no caso do dente ausente, impossibilitados de fruir o amor pelas vias usuais, somos convidados a diversas adaptações por uma grande e complexa cadeia de eventos!

A isto aprendi chamar de vida.

Um esforço adaptativo constante de resposta à impermanência da vida.

reflexão

Mesmo um dente arrancado cobra seu preço! 

Sendo parte integrante de um sistema complexo, quando é excluído, o dente deixa vazios talvez irreparáveis. O corpo, diante de sua ausência, se vê obrigado a se adaptar. A mordia, a forma de articular fonemas, os cuidados de higiene e a capacidade de mastigação talvez sejam os exemplos mais óbvios do que eu digo.

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