_Deus de eterna bondade, ensina-me a viver; _
A doar do que eu tenha, sem contar o que faça.
A trabalhar servindo, sem exigir repouso.
A compreender os outros, sem ferir a ninguém.
A nunca desertar, dos deveres assumidos.
E a entender que nos dás o que julgas melhor.
+135-230
muita paz
Confesso minha dificuldade em penetrar este pensamento de entrega total ao outro.
Como viver anulando-me e impondo um ritmo de não atendimento às minhas necessidades humanas?
Talvez estas posturas sejam características daqueles que já transcenderam a humanidade e que posicionam-se mais próximos dos espíritos superiores.
Se eu doar tudo o que tenho, como suprirei minhas necessidade básicas? Talvez venha até a ser peso na economia coletiva exigindo que outros se responsabilizem por minhas necessidades e carências.
Se eu der tudo o que tenho e não apresentar os resultados de minhas ações, como a sociedade avaliará se sou digno de receber o aporte de recursos que me sustentarão?
Talvez em uma organização social futura recebamos tudo o que precisamos para nos suprirmos sem a necessidade de realizar esforços de sobrevivência, ou sem a necessidade de contabilizarmos nossas entregas ao coletivo. Mas hoje reconheço que recebemos conforme nossa capacidade de trabalho.
Por isso peço que me ajude a negociar com justiça para receber a justa remuneração pelo que faço e para não causar dano a outros por me apropriar daquilo que fará falta ao outro.
Compreendo a ideia do trabalho como serviço ao outro, à sociedade e a mim mesmo. Será que existe outra forma de trabalhar? Peço que eu seja ajudado para que o propósito de meu trabalho possa beneficiar não apenas a mim mesmo mas ao outro que comigo partilha este mundo.
Quanto ao repouso, de forma análoga à remuneração, que eu possa ter o repouso necessário para repor minhas energias e manter meu ânimo firme para seguir com meus propósitos de trabalho. Que meu descanso não pese excessivamente no trabalho daqueles que seguem comigo em minha jornada.
Que minha compreensão possa se alargar o suficiente para que não enxergue apenas a mim mesmo. Que minha vida tenha espaço para o outro e que possamos seguir em parceria; sempre preocupados em não gerarmos dano um ao outro.
Que minha persistência seja ferramenta importante para realizar o que realmente importa mas que eu tenha a tranquilidade de abandonar tudo aquilo que fuja de meus propósitos e objetivos. Só assim poderei seguir de forma saudável construindo a mim mesmo e entregando a melhor parte para mim mesmo e para a sociedade onde estou inserido.
Que eu possa reconhecer com clareza os deveres que me competem e possa cumprí-los com a maior precisão possível. Mas que eu não me cobre e nem me puna quanto àqueles deveres que preciso deixar de lado por que estão além de minhas possibilidades momentâneas.
Que eu possa sempre seguir a vida com a diligência daquele que procura fazer o melhor possível com o que recebe. Que minha ação não seja de revolta e sim de empenho e de trabalho.
Que minha aceitação jamais se confunda com acomodação e que eu sempre possa seguir tentando conquistar algo a mais do que tenho hoje. Só assim vencerei meus próprios limites e desenvolverei novas habilidades.
Mas que meu empenho em conquistar não se perca na ganância sem fim e se firme nos critérios de justiça ante à equidade proposta pela lei natural que provê com abundância conforme nossas necessidades.
Que eu possa seguir cada vez mais consciente de mim mesmo, do outro e da grande força ordenadora da vida que a tudo preside como tem que ser.
Confesso minha dificuldade em penetrar este pensamento de entrega total ao outro.
Como viver anulando-me e impondo um ritmo de não atendimento às minhas necessidades humanas?
Talvez estas posturas sejam características daqueles que já transcenderam a humanidade e que posicionam-se mais próximos dos espíritos superiores.
Se eu doar tudo o que tenho, como suprirei minhas necessidade básicas? Talvez venha até a ser peso na economia coletiva exigindo que outros se responsabilizem por minhas necessidades e carências.