🎼depois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar🎼
+141-224
muita paz
Me prendi a refletir sobre a citação e sobre como ela ecoou em meu coração mas ao ouvir a música completa fiquei pensando no universo de possibilidades de reflexão que se abrem com o contexto apresentado.
Senti duas forças importantes neste texto. A força do hábito e das convenções que se estabelecem e o movimento que rompe os hábitos e convenções estabelecendo novas possibilidades.
Tenho pensado muito sobre nossas formas de nos organizarmos e parece-me que, até mesmo sobre a perspectiva biológica, ou devidamente por causa dela, somos seres conservadores.
Talvez optemos pelos comportamentos conservadores, que repetem rotinas e que apresentam resistência à mudança devido à perspectiva de economia de energia a curto prazo. Parece que é sempre oneroso criar e inovar. Assumimos o risco do erro e da necessidade de corrigirmos percursos, somos obrigados a investir tempo e esforço para estabelecer novos padrões de resposta.
Ao mesmo tempo, quando nos mantemos conectados aos padrões já estabelecidos, somos capazes de agir muitas vezes até mesmo de forma automática, sem a necessidade de pensar e de raciocinar. Assim ganhamos condições de tocar a vida priorizando outros assuntos com maior tranquilidade.
Por vezes somos defrontados com a necessidade de mudança. Nossos padrões e rotinas parecem não ser suficientes para resolver determinados assuntos e somos obrigados a investir esforçoes para gerar novas formas de responder.
Em outros momentos parece que a própria manutenção da rotina gera necessidades de inovação e de transformação que nos impulsionam revisitar o que já está estruturado.
Seja por uma perspectiva ou outra, lutamos para estabelecer rotinas e abandonar práticas que não nos atendem mais.
Curiosamente acabamos redescobrindo algumas práticas e as reciclamos para resolver novas questões com antigas receitas. Talvez assim consigamos economizar esforços criativos...
Mergulhando em uma segunda camada, a ideia de dar os braços remete às relações humanas, ao afeto que conecta profundamente as pessoas e que, nos últimos anos, parece ter ficado relegado a um segundo plano.
Me parece que, de alguma forma, objetificamos pessoas e relações para gerarmos fluidez em nossas vidas e resolvermos alguns dilemas importantes. O escritor Zygmunt Bauman nos fala um pouco sobre este olha quando apresenta conceitos como a modernidade líquida e o amor líquido.
Mas como toda solução humana, o afastamento das pessoas e a objetificação das relações também para resolver algumas questões da sociedade trouxe desafios que estão nos remetendo a buscar antigas práticas de reconhecimento das pessoas e de valorizção das relações que estabelecemos com elas.
Parece que o afeto é um ponto de grande importância no aspecto relacional e estamos, depois de algum tempo, nos conscienteizando disso.
Me prendi a refletir sobre a citação e sobre como ela ecoou em meu coração mas ao ouvir a música completa fiquei pensando no universo de possibilidades de reflexão que se abrem com o contexto apresentado.
Senti duas forças importantes neste texto. A força do hábito e das convenções que se estabelecem e o movimento que rompe os hábitos e convenções estabelecendo novas possibilidades.
Tenho pensado muito sobre nossas formas de nos organizarmos e parece-me que, até mesmo sobre a perspectiva biológica, ou devidamente por causa dela, somos seres conservadores.