008/2024 - Reconhecimento e estima

Inquietação
Será que a paz e a felicidade dependem da forma como percebemos o outro?
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Reconhecimento e estima
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Reconhece o que é bom na outra pessoa e, assim fazendo, ela se sentirá estimada
+008-358
muita paz

reflexão

Reciprocidade talvez seja uma das palavras-chave mais importantes nas relações. 

Parece que tendemos a ser naturalmente voltados à reciprocidade. Tratamos as pessoas conforme elas nos tratam. É claro que existem muitas variáveis nesta equação relacional e que, não necessariamente, seremos tratados da forma como tratamos os outros. Mesmo assim, acredito que é importante considerarmos a reciprocidade como uma variável importante na equação relacional.

Desta forma, considerando estrategicamente as relações e a reciprocidade, seria inteligente promovermos a autoestima e o bem-estar daqueles que estão em relação conosco. Desta forma há uma chance considerável de sermos tratados de maneira semelhante, o que facilitaria a nossa jornada.

Penso, entretanto, que há outros caminhos para pensarmos esta questão relacional. Acredito que seja evidente que não conseguimos caminhar sozinhos em sociedade e que, portanto, nosso grau de dependência em relação a outros integrantes da sociedade é elevado. Quanto mais capaz o outro se sente, mais capaz será de realizar sua parte nos acordos sociais estabelecidos, a vida fica mais fácil de ser vivida. Esta é outra forma de pensarmos estrategicamente as relações.

Para além das estratégias relacionais, acredito que podemos pensar no tratamento generoso do outro pelo simples fato de o considerarmos em sua singularidade como um sujeito digno de nossa estima e generosidade. Mas esta motivação requer um caminho interno intenso de redução de nosso egocentrismo para sermos capazes de reconhecer a grandiosidade do outro que pode, em alguns casos, ofuscar nossas capacidades e habilidades.

Talvez sejamos capazes de pensar sobre a importância da estima do outro por diversos caminhos distintos, diferentes dos três que foram abordados nesta reflexão. Mas o que percebo enquanto medito sobre o assunto é que precisamos pensar sobre como significamos nossa existência em relação às outras na sociedade.

Seremos realmente capazes de estimar o outro pelo que ele é e pelo que representa na sociedade? Ou o faremos como ação estratégica para assumir determinadas posições na sociedade e, a partir delas, aferirmos algumas vantagens?

Há sinceridade na estima devotada ao outro?

Será que conseguimos ver o companheiro de trabalho, o familiar, o compatriota, o vizinho ou o passante desconhecido como sujeitos de direito e merecedores de estima?

Acredito que este seja o ponto crucial desta reflexão. Reconhecemos o que há de bom na outra pessoa mesmo quando a ação dela nos provoca de forma negativa?

Será que conseguimos ver o outro em toda a sua complexidade? Um bandido continua sendo compatriota, vizinho, passante desconhecido e até mesmo familiar... 

Em cada papel desempenhado na sociedade temos comportamentos específicos que refletem nossa história e as influências do meio em que nos encontramos, elementos elaborados de forma individual e singular, levando cada um a ser quem é, um sujeito singular.

Abrir espaço em nós para reconhecermos no outro um ser singular com características variadas, algumas divergentes em relação aos nossos valores, é o verdadeiro desafio de constituição da humanidade conforme planejamos atualmente.

Será que existe um caminho para realizar a tarefa desafiadora de estimar a outra pessoa com quem nos relacionamos?

Penso que tolerância, paciência e aceitação constituem um caminho interessante! 

Atitudes que nascem do respeito pelo outro nos diversos níveis de consciência que somos capazes de atingir. Movimento que exige que desaceleremos a ideia egocêntrica que estabelecemos para nós como pilar existencial.

Aceitar que o outro é quem é e que não é menor e nem maior do que nós somos, na minha opinião, o caminho de construção da paz que tanto desejamos.

Uma medida de sucesso para nossas capacidades de respeito e empatia?

Talvez possamos avaliar nosso sucesso através das atitudes e expressões do outro, que revelam o quão estimado ele se sente.

É claro que esta não é uma avaliação simples e requer certa sensibilidade de nossa parte. Algumas perguntas poderão nos ajudar:

Será que o outro se sente confortável em ser quem é em nossa presença? 

Será que ele se expressa no meio social que partilhamos com ele? 

Como ele encara os erros dele e os nossos? 

Há celebração das conquistas?

Há diálogos ou apenas monólogos ditados pela nossa fala? 

O clima de convivência é agradável? 

Com que frequência vemos os sorrisos deste outro em relação conosco? 

Penso que estas perguntas, entre muitas possíveis, poderão nos ajudar a avaliar o grau de estima que o outro estabelece em relação às nossas posições relacionais com ele.

Talvez estas mesmas perguntas sirvam para avaliarmos o grau de respeito com que somos acolhidos em nossos grupamentos sociais. Acredito que muitas vezes nos sentimos tristes, cabisbaixos e incapazes sem percebermos que o problema não está em nós e sim nas pessoas com quem nos relacionamos.

Refletir nossas vidas a partir da estima que registramos em nós nas relações pode ser uma escolha perigosa se buscamos a construção de nossa autonomia e liberdade. Mas é um caminho importante diante da forma que nos significamos atualmente. Entretanto, esta seria outra reflexão que talvez não caiba no momento.

Que possamos buscar atitudes sinceras de reconhecimento e de estima do outro em sua essência. 

reflexão

Reciprocidade talvez seja uma das palavras-chave mais importantes nas relações. 

Parece que tendemos a ser naturalmente voltados à reciprocidade. Tratamos as pessoas conforme elas nos tratam. É claro que existem muitas variáveis nesta equação relacional e que, não necessariamente, seremos tratados da forma como tratamos os outros. Mesmo assim, acredito que é importante considerarmos a reciprocidade como uma variável importante na equação relacional.

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