262/2024 - Distrações

Inquietação
Você se distrai ou se aliena?
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Acordei Inspirado 261/2024 - Distrações
262/2024 - Distrações
dia do ano
262
Distrações
mensagem

O principal motivo que impede a maioria das pessoas de conseguir o que quer é não saber o que quer.
+262-104
muita paz

reflexão

Confesso que eu nunca tinha pensado sobre a questão desta forma! Me encantei com a proposição.

De maneira geral tendemos a acreditar que não conseguimos o que queremos porque não nos esforçamos o suficiente, porque não temos os recursos necessários, ou porque não é a vontade de Deus.

Entretanto, se observarmos as causas da dispersão de esforços, da falta de foco, da passividade e da concentração reduzida, percebe-se facilmente que queremos muitas coisas e que mudamos de querer com muita frequência e facilidade.

Eu arrisco dizer que frequentemente nos deixamos comandar pelos discursos externos que nos colocam, pelo menos por alguns instantes, a serviço de causas de outras pessoas.

Aderimos a modismos de nossa sociedade e sofremos quando não podemos fazê-lo imediatamente.

Recordo-me de um período em que investi muito tempo assistindo episódios de dois reality shows estrangeiros sobre arquitetura e casa própria. Tive a oportunidade de perceber como assimilei alguns conceitos apresentados. Morar em casa grande, ter um closet, cozinhar em uma cozinha de conceito aberto, ter um lavabo na sala e uma varanda aconchegante foram algumas ideias que penetraram no meu querer sem que eu percebesse.

Curiosamente sempre gostei de morar em apartamentos de andar alto, prefiro ter poucas roupas, não gosto de acumular objetos que não uso com frequência, prefiro separar a interação social do preparo de alimentos, critiquei muito a lógica de um lavabo e não gosto de ficar exposto ao vento e ao sol.

Acredito que os nossos esforços de conquista são volúveis, que seguem ao sabor das vozes e narrativas que são apresentados a nós. Acabamos anulando nosso querer ou distorcendo-o porque não estamos atentos às nossas próprias necessidades, vontades e desejos.

Distraídos, inseguros, abertos à fala dos especialistas e desatentos aos nossos próprios gostos, nós acabamos importando para nossas vidas necessidades que não são nossas. 

Por estarmos desatentos sobre o nosso desejo, acabamos alternando entre necessidades e atenções a elementos externos, sem percebermos que nos colocamos em segundo plano.

Um caminho que pode nos ajudar nas construções desejadas é a identificação, com clareza, do que não queremos em nossas vidas, criando possibilidades de construção de coerência e foco nas rotinas semanais.

Pensando sobre a minha dificuldade com os reality shows de arquitetura, me pergunto porque investi tanto esforço maratonando séries sobre assuntos que não me dizem respeito. Uma das séries tinha, à época, 4 temporadas com cerca de 10 episódios de uma hora. Por que assisti quarenta horas de um programa que fala de projetos de casas com mais de 300 metros quadrados?

Talvez você possa estar dizendo que é uma forma de nos distrairmos, que é um entretenimento. Eu sou obrigado a concordar com você. É literalmente uma distração, uma forma de tirar o foco daquilo que é o mais importante na vida, mas não necessariamente um problema.

Precisamos de momentos de distração, momentos em que relaxamos a mente da atenção focada para que ela não adoeça. Entretanto, quarenta horas de investimento em um mês corresponderam a vinte e cinco porcento do meu esforço de trabalho mensal em uma jornada de oito horas diárias. No meu caso, percebi um processo de tentativa de alienação para algumas questões que eu não queria confrontar.

Tudo o que fazemos e consumimos dialoga conosco e oferece alternativas de concretização de nossas vidas, mas também influencia na forma como pensamos e sentimos a realidade. Lembro que à época eu já estava ponderando sobre a necessidade de me mudar, de buscar uma casa maior, com varanda e cozinha de conceito aberto...

Eu estava criando novas necessidades que me ajudavam a justificar a falta de atenção no que era realmente importante naquela época. Necessidades que me mantinham distraído de meus problemas e que me permitiam dizer que eu era incapaz de ter tempo para solucionar certas aflições.

Sabemos o que não queremos? Somos capazes de ordenar por prioridade o que queremos? Já conseguimos perceber quando estamos fugindo de nós mesmos?

reflexão

Confesso que eu nunca tinha pensado sobre a questão desta forma! Me encantei com a proposição.

De maneira geral tendemos a acreditar que não conseguimos o que queremos porque não nos esforçamos o suficiente, porque não temos os recursos necessários, ou porque não é a vontade de Deus.

Entretanto, se observarmos as causas da dispersão de esforços, da falta de foco, da passividade e da concentração reduzida, percebe-se facilmente que queremos muitas coisas e que mudamos de querer com muita frequência e facilidade.

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