Deus amoroso, quando eu me sentir sozinho e acuado, que eu me lembre de sua palavra.
que eu veja e sinta o meu rosto próximo ao seu e todo o meu ser sendo ternamente amparado no seu abraço.
que o sentimento da nossa proximidade permeie a minha mente e o meu coração, e mostre que o senhor nunca está longe de mim.
que assim seja.
+029-336
muita paz
Acho que nos últimos dias tenho andado sensível à autoridade que atribuo ao outro...
Se pensamos em palavras, podemos pensar sobre o emitente destas palavras e sobre quem as recebe e interpreta?
Podemos pensar poeticamente sobre o verbo criador que se manifesta como uma voz, talvez inaudível, que tem a força de comandar o universo ordenando-o conforme a vontade do criador.
Dotado de poder, de compreensão e de sabedoria infinitos, o criador simplesmente existe para além de nossa capacidade de percepção e até mesmo de compreensão. Talvez seja um grande mistério que habita em nós e que tentamos desvendar.
Acredito que ouvimos as palavras do criador de maneira indireta, através de seus ecos na própria criação que lhe responde.
São os instintos, as pulsões e as paixões que nos movem, as leis que fazem a natureza funcionar de forma ordenada e por vezes desconhecida e as intepretações de outras pessoas sujeitadas a tais reverberações que nos ajudam a rastrearmos e a interpretarmos a palavra do criador para dar sentido à nossa existência.
Quando nos sentimos sozinhos e acuados talvez tenhamos chegado ao limite de um canal de escuta e estejamos ansiando por novas vias de contato com o sagrado.
Neste contexto, lembrar a palavra do criador talvez signifique voltar às lembranças e iniciar um novo movimento de revivências e ressignificações que permita escutar e perceber o que não foi vivenciado anteriormente. Neste movimento estaremos abertos a novas interpretações.
Mas talvez haja outro caminho para o preenchimento deste vazio que nos amedronta e que faz com que nos sintamos sozinhos e acovardados.
E se não houver vazio? Se o que vemos e sentimos na realidade for o mistério da criação, o desconhecido, que ecoa em nós nos convocando ao mergulho para novas escutas, vivências e interpretações?
Talvez uma segunda via para o apaziguamento de nossas angústias, que pode funcionar em paralelo às lembrança, seja a aventura de conhecermos novas palavras do criador.
Ao invés de nos voltarmos para o passado, talvez possamos nos firmar como exploradores no presente e nos abrirmos para o que a vida nos apresenta agora, para a vontade mais recente do criador que reverbera em nós.
Acredito que, envolvidos pela excitação das novidades e estimulados a criar novas condições que sejam capazes de transformar a existência, nós também nos aproximamos do amparo do criador!
Não há como nos afastarmos da criação e do criador porque somos parte da criação. Somos criaturas que reverberam o criador em cada ato que realizamos, em cada sentimento que criamos, em cada palavra que proferimos!
Talvez os sentimentos de solidão e de angústia só surjam porque tentamos assumir a essência negando o lugar soberano e inacessível do criador
Acho que nos últimos dias tenho andado sensível à autoridade que atribuo ao outro...
Se pensamos em palavras, podemos pensar sobre o emitente destas palavras e sobre quem as recebe e interpreta?
Podemos pensar poeticamente sobre o verbo criador que se manifesta como uma voz, talvez inaudível, que tem a força de comandar o universo ordenando-o conforme a vontade do criador.