Viver é um exercício de aceitação, perdão e paciência diante das demoras e esperas.
Tudo tem seu tempo.
+149-216
muita paz
Fiquei pensando sobre as demoras e as esperas na vida. Me dei conta de que há também as frustrações, nem sempre lembradas, mas vitais e que talvez digam respeito aos exercícios de aceitação e perdão.
Hoje acredito que não é possível viver sem estabelecer expectativas. Naturalmente ligamos eventos e projetamos futuros. Sonhamos, desejamos e queremos atingir a concretude destes futuros planejados. Empenhamos esforços, tentamos controlar e projetar a realidade.
Mas, se por um lado tentamos atingir nossas projeções, por outro nós percebemos forças humanas e naturais que trazem obstáculos...
Tropeçamos ainda em nossos desconhecimentos, ignorâncias e arrogâncias; aspectos que muitas vezes fazem com que definamos sonhos impossíveis e realizemos esforços ineficientes ou insuficientes para concretizar nossos futuros idealizados.
Diante das frustrações naturais, dos atrasos na obtenção de nossos resultados e da dependência de outras condições e pessoas sobre os quais não temos controle; é preciso desenvolver uma capacidade de esperar de forma positiva e ativa.
É preciso agir de forma pacientemente ativa, reajustando olhares e projetos, aprendendo competências e promovendo articulações com a vida que possam ajudar a superar obstáculos externos. Entendo que a paciência, como virtude, deve caracterizar esta espera ativa e confiante.
É preciso estarmos preparados para negociar a execução de nossos projetos. Não somos tão livres e independentes quanto gostaríamos e temos que favorecer outros olhares que não os nossos se desejamos apoio para nossos olhares. Neste contexto, o exercício do perdão, que é a tolerância ao atravessamento de nossos planos, talvez se torne essencial...
Mas não devemos esquecer que, mesmo que sigamos as cartilhas corretamente, mesmo assumindo flexibilidade, mesmo sendo pacientes e exercendo o perdão, talvez existam projeções inexequíveis, que excedem nossas capacidades de expressão individual e coletiva. Nestas horas a aceitação torna-se habilidade necessária. Aceitar nossa finitude, nossa imperfeição e os limites impostos a nós pelos coletivos, pela natureza e pelo universo é um exercício proposto pela vida.
Talvez nem tudo tenha seu tempo! Talvez existam desejos, sonhos e expectativas que jamais saiam do campo de nossas ideações; que sejam impossíveis diante dos cenários vividos.
Viver, segundo meu entendimento, é ter liberdade para sonhar, força para tentar ultrapassar barreiras, alegria para celebrar vitórias, inteligência para aprender com os erros, humildade para saber que nem tudo é possível e sabedoria para equilibrar tudo isso em uma jornada onde as relações ajudam, mas também atrapalham; uma jornada de encontros e de reconhecimento de interdependências onde existimos em conjunto, em comunhão no universo.
Mesmo que nem tudo tenha seu tempo, há tempo para tudo o que importa. Há tempo para sermos e nos percebermos como seres que se expressam por meio de relações capazes de materializar algumas realidades, mas que também inviabilizam outras.
Fiquei pensando sobre as demoras e as esperas na vida. Me dei conta de que há também as frustrações, nem sempre lembradas, mas vitais e que talvez digam respeito aos exercícios de aceitação e perdão.
Hoje acredito que não é possível viver sem estabelecer expectativas. Naturalmente ligamos eventos e projetamos futuros. Sonhamos, desejamos e queremos atingir a concretude destes futuros planejados. Empenhamos esforços, tentamos controlar e projetar a realidade.